O amanhecer é como um soco no estômago. O gosto amargo me vem à boca, a garganta retesada, tensionada das palavras não ditas e que nunca serão, pois não há ninguém para escutá-las. Ameaço levantar, mas a cabeça explode numa dor agonizante, a dor dos pensamentos que vem à tona pela manhã. Nada o que … Continue lendo Do quarto escuro ao jardim
Tag: cronica
Pessoa com medo de barata
Saiu do banho, pegou a toalha e deu uma sacudida, olhou um lado, depois outro. A Flávia já devia estar esperando lá fora, por isso precisava se vestir rapidinho, pensou. Deu aquela vistoriada no cômodo, pegou os sapatos, bateu no chão na vertical, depois na horizontal, tudo certo. Finalmente estava pronta para sair. Abriu a … Continue lendo Pessoa com medo de barata
Toda mente precisa de descanso
Uma crônica sobre escritores sem inspiração. Acordo. Mais um dia qualquer nessa rotina tão sem graça. Olho pela janela e percebo que esqueci de fechar as cortinas outra vez. Não consigo dormir com elas abertas, mas, por ironia, eu dormi a noite toda. Me levanto. Olho ao meu redor, observando o meu pequeno apartamento e … Continue lendo Toda mente precisa de descanso
A senhora
Sempre que eu chegava em casa ela estava lá, com seus passos curtos e pacientes, andando de um lado para o outro, como se quisesse controlar tudo o que estivesse ali. Por onde passava, soltava um resmungo, estava sempre brigando, sempre zangada, talvez por esse seu jeito tão temperamental, fosse tão adorada. As visitas iam … Continue lendo A senhora
Amor á primeira vista
Estava caminhando pela rua, quando ele apareceu bem diante dos meus olhos. Fiquei sem ação, nunca tive a oportunidade de encontrá-lo pessoalmente. Estava extremamente lindo, deslumbrante, os olhos brilhantes, a vestimenta perfeita e uma expressão imponente, apesar de nunca tê-lo visto feio, ou se quer desleixado. Continuei caminhando pela rua, procurando ser natural, mas não … Continue lendo Amor á primeira vista
A consulta
Entro no consultório e não digo nada. Aguardo o doutor me chamar: - Gisele Almeida! Opa, sou eu! Entro na sala e vou direto para o divã. O doutor senta-se ao meu lado, porém, de forma que não consigo olhar diretamente para ele. Logo ele pede para que eu comece a falar. OK, falo: - … Continue lendo A consulta