Quando completei 18 anos, entrei para a vida adulta. E como qualquer pessoa, tive que enfrentar os desafios que implicavam em amadurecer: emprego, contas para pagar, responsabilidades, conflitos internos, falta de liberdade e solidão. Para mim, foi bem difícil lidar com tudo isso. Nada aconteceu de repente, tudo foi acontecendo aos poucos, mas mesmo assim, era difícil lidar.
Conheci pessoas falsas, desonestas, que enquanto criança, não fazia diferença se existissem. Conheci pessoas más e cruéis, pelo simples prazer de serem e que fariam qualquer coisa para derrubar o próximo, coisas essas que eu jamais seria capaz de fazer. Conheci também pessoas sérias demais, na qual a vida, só implicava em sobreviver, pois não havia diversão em seu mundo.
Assim, fui vivendo essa vida adulta, cheia de altos e baixos, fui me envolvendo cada vez mais, e aquela adolescente cheia de vida e criatividade que existia antes dos 18 foi se apagando e se tornando mais um ser humano normal e sem graça, perdi a minha identidade, e esta, foi realmente muito difícil de reencontrar.
Não estou dizendo que a vida adulta é de todo ruim, tudo nessa vida tem o lado bom, só depende do modo como levamos as coisas adiante. Quando adultos, conhecemos muitas coisas novas, o mundo de repente se abre: a independência, confiança e liberdade que adquirimos, são coisas boas que podemos preservar.
Com o tempo, fui percebendo que estava envolvida demais com essa vida apagada, uma vida na qual, não havia nada em que me identificasse. Não me identificava porque tudo o que eu gostava era considerado inapropriado para a minha idade: brincadeiras bestas, brinquedos, crianças, desenhos, heróis, contos de fada e por ai vai… Mas quem foi que disse que isso era inapropriado? Oras, era tudo coisa que os outros falavam sem pensar, e por causa deles eu estava me tornando um ser humano apagado e sem graça igual a eles.
Foi assim que encontrei a solução… por que não ser infantil? Qual o problema em ser? Não, constatei que não há nada de errado. Pelo contrário, esse novo olhar inocente que temos do mundo, só nos torna seres mais iluminados e cheios de vida, com capacidade de fazer grandes coisas. Portanto, meu conselho para os jovens que estão prestes a completar, ou já completaram 18 anos, é para não se apague, não se deixe corromper por esse mundo. Seja você mesmo, seja o que quer ser. E se preciso, seja infantil.