História: O padeiro… (parte 3)

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Dia 12

Realmente minhas suspeitas foram confirmadas. O pior realmente aconteceu! Aquele dia que vi o doutor sair da casa daquele senhor, logo em seguida vi suas filhas saírem chorando, achei que era só um susto ou preocupação. Mas hoje, vi quatro rapazes saindo da casa segurando um caixão. Não quero acreditar que fui o responsável, isso me assusta. Exagerei na dose do químico, não deveria ter aumentado a dose. E entreguei pães pra muitas pessoas. Não pode ser, vão todos morrer! Não sei o que fazer….

Dia  13

Ontem fui a cidade e depois ao laboratório, lembrei que naqueles dois dias o movimento estava bem baixo… Muitas pessoas não pegaram pão, menos mal! Pelo menos boa parte das pessoas estarão salvas. Não deveria  ter feito isso… Me arrependo tanto… Eu só queria que me percebessem, ser amigo de alguém e não um simples ninguém… Esse plano infelizmente não deu certo.

Dia 14

Mais pessoas morreram na cidade, isso pesa tanto a minha consciência! Todos querendo descobrir o motivo de tantas mortes em comum. Mas ninguém tem como descobrir o motivo e também não tenho como ajudar, ninguém sabe meu nome. Vou ao laboratório ver se encontro uma cura. Mas se eu descobrir a cura, será que passariam a me perceber? Isso pode dar certo…

Dia 15

Depois de uma longa madrugada  no laboratório, finalmente descobri um antídoto! As coisas vão melhorar! E o segundo plano para ser percebido nessa cidade, vai entrar em ação! Vou agora mesmo a cidade entregar os pães! Espero que agora dê tudo certo…

Dia 16

Um plano tão bom, que para algo sem solução, não vale de nada! Fui a cidade, procurei o delegado, apresentei o meu antídoto, ele disse que estava ocupado demais. Fui ao médico, ele nem olhou na minha cara, fui ao psicólogo, bombeiros, banca de jornal, quitanda, na casa das pessoas e ninguém, ninguém deu atenção para o que eu tinha! As pessoas da cidade morrendo e ninguém percebeu que uma pessoa tem a solução. Sou  um ninguém mesmo. Ninguém quer saber de mim, ninguém quer saber se tenho o antídoto, nem se quer querem saber se eu fui o culpado, é como se eu realmente não existisse. Que droga de vida!

Dia 17

Ontem fiquei muito chateado com a reação das pessoas. Decidi desistir de todos os planos que me fizessem ser notado. Não vai funcionar, sou um ninguém mesmo. Vou continuar minha vida pacata, sem ser percebido até a minha morte. Isso me frusta muito, mas o que posso fazer? Nada, não é mesmo? Pelo menos terei paz, ninguém saberá que eu fui o culpado de matar tantas pessoas. Espere! Talvez essa história de ser um ninguém, não seja tão ruim assim…

 

happy holidays!

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